Detalhamento do verbete e outras informações técnicas


Mauro de Salles Villar

 

 

 

 

27 Metalinguagem de signo e de conteúdo

Este dicionário evitou definir seus verbetes utilizando metalinguagem de signo. Empregou, todas as vezes em que isso foi possível, metalinguagem de conteúdo. No primeiro caso, não há verdadeiramente uma definição, mas uma explicação de como ou com que fim tal palavra se emprega. Nos verbetes de aumentativos, diminutivos e superlativos, por exemplo, os redatores foram instruídos a definir as palavras, em lugar de usar para elas metalinguagem de signo. Em canzarrão e borrega, o significado de cada um destes vocábulos é esclarecido ao leitor, deixando a informação de se tratarem de um aumentativo e de um feminino, respectivamente, para campos mais específicos do verbete, como os da gramática ou da etimologia:

27.1 Correlatamente, o verbete para onde se remete (cão, no primeiro caso) registra, no seu campo da gramática, tal palavra entre os seus aumentativos irregulares:

27.2 Não obstante, nos verbetes das chamadas palavras gramaticais, não raro a acepção deixa de definir o que o vocábulo significa, apenas podendo indicar como é usado - em metalinguagem de símbolo. Veja, por exemplo, o verbete da conjunção e, aqui a seguir:

27.2.1 Palavras gramaticais são aquelas que o dicionário registra, mas que em geral não são realmente definíveis (preposições, interjeições, conjunções, pronomes, artigos, além de certos advérbios, adjetivos e verbos - ver, por exemplo, o verbo ser no corpo do dicionário). No campo que seria o da definição (onde se usa normalmente a metalinguagem de conteúdo), o dicionário não esclarece o que é, o que significa a unidade léxica; explica, sim, como e/ou para que ela se emprega ou como se formou (utilizando metalinguagem de signo). Outro recurso, nesse caso, é usar de sinonímia em lugar de definição, embora tal hipótese cremos ser a pior, quando não justaposta à primeira, como se fez na acepção 1.2 do exemplo acima.